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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Questão 16

(Analista de Finanças e Controle/ESAF) Assinale a norma gramatical que justifica, com correção e propriedade, a flexão do plural do verbo ser no período abaixo.

“Já é mais do que conhecido que o principal problema do sistema tributário nacional são justamente as contribuições, e não os impostos propriamente ditos”.


a) “Com os verbos ser e parecer a concordância se faz de preferência com o predicativo, se este é plural." (Luís Antônio Sacconi)

b) “Nas frases em que ocorre a locução invariável é que, o verbo concorda com o substantivo ou pronome que a precede, pois são eles efetivamente o seu sujeito.” (Celso Cunha e Lindley Cintra)

c) “Se tanto o sujeito como o predicativo forem personativos e nenhum dos dois for pronome pessoal, a concordância será facultativa (pode-se concordar com o sujeito ou o predicativo).” (Dileta S. Martins & Lúbia S. Zilberknopp)

d) “Expressões de sentido quantitativo (...) acompanhadas de complemento no plural admitem concordância verbal no singular ou no plural.” (Manual de Redação da Presidência da República)

e) “Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (...), o verbo concorda com o mais próximo ou vai para o plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do sujeito).” (Evanildo Bechara)

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Comentários:

Esse exercício explora o conhecimento de concordância verbal.

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html

Como se pode perceber, todos os excertos foram retirados de obras escritas por renomados autores, estando todas corretas em relação a concordância verbal.

As que melhor explicam o motivo da concordância no caso em tela são a letra "c", que é mais abrangente, e a letra "a", que diz especificamente o que ocorreu no mencionado caso; sendo, portanto, a resposta correta.

Gabarito: letra a

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Questão 15

(Auxiliar Judiciário/TRE/FESP) A alternativa que apresenta ERRO quanto à concordância verbal é:

a) Eram dois irmãos bem parecidos.

b) Só eles podem fazer tais exceções.

c) São dificuldades a serem vencidas.

d) Deram quatro horas no relógio da Central.

e) Tudo estava bem, como se não houvessem ameaças.

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Comentários:

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html

a) Eram dois irmãos bem parecidos. Certo. O verbo de ligação "eram" concorda com o sujeito oculto "Eles". O que vem depois do verbo é o predicativo do sujeito, por estar depois de um verbo de ligação e ter característica adjetiva.

b) Só eles podem fazer tais exceções. Certo. O sujeito da oração é "eles", devendo a locução verbal "podem fazer" por meio de seu verbo auxiliar "podem" com ele concordar. Só é adjunto adverbial de exclusividade, "podem fazer" exerce a função de VTD e "tais exceções" é o objeto direto.

c) São dificuldades a serem vencidas. Certo. O sujeito da oração é "elas", que está oculto. "São" é verbo de ligação e deve com seu sujeito concordar. "Dificuldades a serem vencidas" é o predicativo do sujeito.

d) Deram quatro horas no relógio da Central. Certo. Verbo dar (bater e soar) + hora(s): segue a regra geral, concordando com o sujeito. Escrita na ordem direta ficaria "Quatro horas deram..", o que nos faz concluir que "quatro horas" é o sujeito da oração, devendo o verbo com ele concordar. O verbo "dar" é intransitivo, sendo "no relógio da Central" adjunto adverbial de lugar.

e) Tudo estava bem, como se não houvessem ameaças. Errado. O verbo "haver" no sentido de existir é impessoal, devendo permanecer na terceira pessoa do singular. O correto seria: "... como se não houvesse ameaças." A propósito, a título de curiosidade, "como se não houvesse ameaças" é oração subordinada adverbial comparativa.

Gabarito: letra e

Questão 14

(Auxiliar Judiciário/Corregedoria Geral da Justiça/FESP) Das passagens abaixo transcritas, aquela cujo verbo em itálico não pode ter a variante de concordância posta ao lado é:

a) “Tantos e tão graves atentados se têm cometido contra as crianças e adolescentes no país, mesmo por seus “defensores”, que nada mais lhes resta senão rezar.” / rezarem

b) “Ressalvadas as virtudes dessa lei e a boa intenção de alguns de seus idealizadores, temo que ela possa servir mais como bandeira política, que ajudará novos “defensores” de crianças a galgar cargos eletivos, ...” / galgarem

c) “Essa lei, divorciada da realidade brasileira, cria muitas ilusões, sem levar em conta as situações concretas.” / levarem

d) “Por que tratar assim bebês como objetos, quando o mesmo resultado, com vantagens, pode ser conseguido com adoções regulares?” / tratarem

e) “Todo menor tem direito de transitar por nossas vias, independentemente de suas condições pessoais. Temos, porém, o dever de tirar das ruas aqueles que ali permanecem por falta de outro espaço adequado para morar ...” / morarem

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Comentários:

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html

Essa questão exige conhecimento sobre orações, é preciso saber separá-las para resolver o exercício com sucesso.

a) [“Tantos e tão graves atentados se têm cometido contra as crianças e adolescentes no país, mesmo por seus “defensores”],[ que nada mais lhes resta senão
rezar.”] / rezarem - Certo. Quando o sujeito do infinitivo já estiver expresso em outra oração, geralmente na oração principal, a flexão torna-se facultativa. Devemos primeiramente separarmos as orações para que saibamos se estão em orações diferentes. Neste caso o sujeito de "rezar" é "crianças e adolescentes" que estão em orações diferentes, sendo possível, então, as duas concordâncias.

b) [“Ressalvadas as virtudes dessa lei e a boa intenção de alguns de seus idealizadores,] [temo] [que ela possa servir mais como bandeira política,] [que ajudará novos “defensores” de crianças] [a galgar cargos eletivos, ...”] / galgarem - Correto. O sujeito de "galgar" é " 'defensores' de crianças", sendo que os dois se encontram em orações separadas, podendo o verbo facultativamente permanecer no infinitivo ou se flexionar.

c) [“Essa lei, [divorciada da realidade brasileira], cria muitas ilusões,] [sem levar em conta as situações concretas.”]/ levarem - Errado. O sujeito de "levar" é "Essa lei", que está em oração diferente mas se encontra no singular, não podendo o verbo ir para o plural.

d) [“Por que tratar assim bebês como objetos,] [quando o mesmo resultado, com vantagens, pode ser conseguido com adoções regulares?”] / tratarem - Certo. O sujeito de "tratar" é indeterminado. O infinitivo dá idéia de uma ação ou estado, porém sem vinculá-la a um tempo, modo ou pessoa específica. Se quisermos reduzir a carga de indeterminação podemos flexioná-lo para concordar com "eles", que ainda é sujeito indeterminado, mas mais determinado que o verbo no infinitivo. Poderia então ficar "Por que tratarem assim bebês.."

e) “[Todo menor tem direito de transitar por nossas vias, independentemente de suas condições pessoais.] [Temos, porém, o dever de tirar das ruas aqueles] [que ali permanecem por falta de outro espaço adequado para morar ...”] / morarem - Certo. O sujeito de "morar" é "aqueles", retomado pelo pronome relativo "que", podendo o verbo permanecer no infinitivo ou alternativamente se flexionar para concordar com seu sujeito, que não se encontra explicitamente expresso na oração.

Gabarito: letra c

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Questão 13

(Técnico de Controle Interno/Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro/FJG) No que diz respeito à concordância, há uma construção gramaticalmente incorreta na seguinte alternativa:

a) Um entre vários historiadores dedica-se hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil.

b) Mais de um historiador têm-se dedicado hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil.

c) A maioria dos historiadores vem-se dedicando hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil.

d) Conhecem-se vários historiadores que se dedicam hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil.

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Comentários:

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html


a) Um entre vários historiadores dedica-se hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil. Certo. Dedicar é VTDI, sendo o pronome "se" partícula apassivadora. Como sabemos, em casos como este o sujeito do verbo é o que seria seu objeto direto caso não houvesse a mencionada partícula. Seu sujeito é, portanto, "Um entre vários historiadores", devendo o verbo concordar com o núcleo "Um".

b) Mais de um historiador têm-se dedicado hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil. Errado. Quase passa desapercebido aos nossos olhos o acento circunflexo em "têm-se", que é um acento diferencial utilizado para indicar que o verbo está concordando no plural. Seu sujeito é "um historiador", e não está no plural. O correto seria "mais de um historiador tem-se dedicado hoje...".

c) A maioria dos historiadores vem-se dedicando hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil. Correto. Em frases que no sujeito tenha expressões partitivas tais como "a maioria", "uma porção de", o verbo pode tanto concordar com a expressão quanto com o núcleo do sujeito. Neste caso concorda com a expressão, visto que o verbo "vem" foi grafado sem acento diferencial indicativo de plural.

d) Conhecem-se vários historiadores que se dedicam hoje à pesquisa sobre cultura negra no Brasil. Certo. O verbo conhecer é VTD, sendo o pronome "se" partícula apassivadora. Como sabemos, em casos como este o sujeito do verbo é o que seria seu objeto direto caso não houvesse a mencionada partícula. Seu sujeito é, portanto, "vários historiadores", devendo o verbo concordar com o núcleo "historiadores", o que de fato ocorre.

Gabarito: letra b

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Pergunta: Como diferenciar se é caso de expressão com a qual se possa concordar ou não? "Um entre vários" também não poderia ser expressão partitiva?

Resposta: A maneira de se diferenciar é através do numeral. Apareceu na expressão o "Um", concorde com ele.

Questão 12

(TTN/ESAF) Indique o trecho em que ocorre ERRO de concordância verbal, segundo o padrão culto da Língua Portuguesa.

a) O momento é grave. Cabe aos políticos a obrigação de manter a serenidade e o equilíbrio nos debates; que certamente passarão para o plenário da Câmara e do Senado. (Jornal de Brasília, 27-08-92)

b) A outra das terras por elas exploradas, pela mesma época, os portugueses deram o nome de Brasil, porque havia ali muito do pau conhecido por esse nome. Foi sorte. Havia também muitos macacos, nessa mesma terra, e muitos papagaios. (Veja, nº 134, 06-07-94)

c) Os cheques pré-datados, que permite aos lojistas financiar seus clientes nas compras a prazo, em alguns casos representam até a metade dos cheques recebidos pelo comércio. (O Globo, 15-01-94)

d) Os desarranjos na economia se expressam na ordem social por desequilíbrios calamitosos. São o desemprego generalizado, as pressões inflacionárias, a queda do produto, a depressão das massas e, síntese dialética, a violência (Correio Brasiliense, 08-07-94)

e) Mas, se, para além das palavras, se considerarem os atos do Executivo e as atuais negociações, parece que as pressões já começam a ter efeito. Há dez dias o país foi surpreendido com a nova versão do Orçamento que prevê uma elevação de mais de U$ 10 bilhões nos gastos do governo e igual aumento na estimativa das receitas. (Folha de São Paulo, 13-05-94)

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a) O momento é grave. Cabe aos políticos a obrigação de manter a serenidade e o equilíbrio nos debates; que certamente passarão para o plenário da Câmara e do Senado. (Jornal de Brasília, 27-08-92)
. Correto. O verbo "passarão" concorda corretamente com o núcleo do seu sujeito "debates."

b) A outra das terras por elas exploradas, pela mesma época, os portugueses deram o nome de Brasil, porque havia ali muito do pau conhecido por esse nome. Foi sorte. Havia também muitos macacos, nessa mesma terra, e muitos papagaios. (Veja, nº 134, 06-07-94). Correto. O verbo "haver" com o sentido de existir é impessoal, devendo permanecer na terceira pessoa do singular. Seria tentador colocá-lo no plural para concordar com "muitos macacos", mas lembre-se que este é o complemento verbal (objeto direto) de "haver", e não o sujeito, que nesta oração não existe.

c) Os cheques pré-datados, que permite aos lojistas financiar seus clientes nas compras a prazo, em alguns casos representam até a metade dos cheques recebidos pelo comércio. (O Globo, 15-01-94). Errado. O pronome relativo "que" em "que permite aos lojistas.." está retomando "cheques pré-datados", devendo a concordância com ele ser feita. Temos também um erro na concordância do verbo "financiar", que tem como sujeito "lojistas", devendo com ele concordar. O correto seria: "Os cheques pré-datados, que permitem aos lojistas financiarem..."

d) Os desarranjos na economia se expressam na ordem social por desequilíbrios calamitosos. São o desemprego generalizado, as pressões inflacionárias, a queda do produto, a depressão das massas e, síntese dialética, a violência (Correio Brasiliense, 08-07-94). Correto. "Os desarranjos ... se expressam" concorda corretamente e o verbo "ser" concorda gramaticalmente, de forma correta, com "... desemprego generalizado, as pressões inflacionárias, a queda do produto ..."

e) Mas, se, para além das palavras, se considerarem os atos do Executivo e as atuais negociações, parece que as pressões já começam a ter efeito. Há dez dias o país foi surpreendido com a nova versão do Orçamento que prevê uma elevação de mais de U$ 10 bilhões nos gastos do governo e igual aumento na estimativa das receitas. (Folha de São Paulo, 13-05-94). Correto. O sujeito do verbo "considerarem" é "atos", com ele concordando, como assim corretamente o está.


Gabarito: letra c

terça-feira, 14 de julho de 2009

Questão 11

(Analista Judiciário/TRT/UFRJ) A nova redação de algumas passagens do texto apresenta ERRO de concordância verbal em:

a) "... então, poderão haver coisas misteriosamente novas em nossas vidas";

b) "... afogam-se o corpo e a alma em álcool e gorduras";

c) "... abandonem-se a um canto as árvores mortas cobertas de lantejoulas";

d) "... hoje, o Natal são presentes e comilanças";

e) "... pode-se envolver os sinos de papel em fitas vermelhas".

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a) "... então, poderão haver coisas misteriosamente novas em nossas vidas"
. Errado. "Haver" no sentido de existir é impessoal, devendo seu verbo auxiliar "poder" se manter na terceira pessoa do singular. O correto seria "... então, poderá haver coisas misteriosamente..."

b) "... afogam-se o corpo e a alma em álcool e gorduras". Correto. "Afogar" é VTD, sendo o pronome "se" partícula apassivadora, o que leva "o corpo e a alma em álcool e gorduras" a ser sujeito paciente, devendo o verbo com ele concordar, o que de fato ocorre.

c) "... abandonem-se a um canto as árvores mortas cobertas de lantejoulas". Correto. "Abandonar" também é VTD, o que leva o pronome "se" a ser partícula apassivadora, devendo o verbo concordar com o sujeito paciente "as árvores mortas", como de fato ocorre.

d) "... hoje, o Natal são presentes e comilanças". Certo. Esse é um dos casos de concordância do verbo "ser" em que ele pode tanto concordar com seu sujeito "o Natal" quanto com o predicativo "presentes e comilanças".

e) "... pode-se envolver os sinos de papel em fitas vermelhas". Certo, "envolver os sinos de papel.." é sujeito oracional do verbo "poder", o que leva a se manter na terceira pessoa do singular.

Gabarito: letra a.

Questão 10

(Agente Fiscal de Rendas/Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda do Estado de São Paulo/VUNESP)
Assinale a alternativa em que os versos, reescritos, estão CORRETOS quanto à concordância verbal.

a) Numa cidade onde a Verdade, a Honra e a Vergonha desaparece.

b) Numa cidade onde faltam cultivar a Verdade, a Honra e a Vergonha.

c) Numa cidade onde não devem haver a Verdade, a Honra e a Vergonha.

d) Numa cidade onde a Verdade, a Honra e a Vergonha não está.

e) Numa cidade onde a Verdade, a Honra e a Vergonha não existem.

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Comentários:

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O comando desta questão pede para que achemos a única opção correta.

a) Numa cidade onde a Verdade, a Honra e a Vergonha desaparece. Errado. De acordo com as regras de concordância verbal, verbo posposto a um sujeito composto deve concordar com todos os seus núcleos; devendo, portanto, ir para o plural. O correto seria "... a Verdade, a Honra e a Vergonha desaparecem."

b) Numa cidade onde faltam cultivar a Verdade, a Honra e a Vergonha. Errado. A princípio poderíamos achar que "faltam cultivar" se trata de uma locução verbal, mas não é. O verbo "faltar" sozinho possui carga de sentido, ao contrário dos verbos auxiliares. Poderíamos muito bem reescrever a frase suprimindo o verbo "faltar" ou o verbo "cultivar", com as devidas alterações gramaticais. Perguntemos ao verbo quem é seu sujeito. O que falta? "Cultivar a Verdade, a Honra e a Vergonha". O sujeito é toda essa oração, que é oração por conter um verbo (cultivar); sendo, portanto, sujeito oracional. A regra de concordância com o sujeito oracional é SEMPRE (com rara exceção) permanecer em terceira pessoa do singular. O correto seria "... onde falta cultivar a Verdade, a Honra e a Vergonha."

c) Numa cidade onde não devem haver a Verdade, a Honra e a Vergonha. Errado. O verbo "haver", principal da locução, possui o sentido de "existir"; sendo, portanto, impessoal e devendo seu verbo auxiliar se manter na terceira pessoa do singular. O correto seria "onde não deve haver". "A Verdade, a Honra e a Vergonha" da questão em tela não é sujeito, mas objeto direto da locução.

d) Numa cidade onde a Verdade, a Honra e a Vergonha não está. Errado. Verbo posposto a um sujeito composto deve concordar gramaticalmente com seus núcleos. O correto seria "a Verdade, a Honra e a Vergonha não estão."

e) Numa cidade onde a Verdade, a Honra e a Vergonha não existem. Correto. O verbo "existir" posposto ao sujeito composto deve concordar gramaticalmente, o que de fato ocorre.

Gabarito: letra e

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Questão 9

(Operador de Computador/IPLAN/Fundação Jõao Goulart) No trecho "Com a canção popular, hoje, costuma ocorrer fato diverso", o verbo concorda gramaticalmente com o sujeito da oração. A alternativa em que NÃO se estabelece a necessária concordância é:

a) Com a canção popular, hoje, costuma ocorrer frequentemente fatos diversos.

b) Com a canção popular, hoje, costumam ocorrer fatos e consequências diversos.

c) Com a canção popular, hoje, costumam ocorrer consequências de fatos diversos.

d) Com a canção popular, hoje, costuma ocorrer um fato e uma consequência diversos.

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Comentários:

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html

O comando da questão pede para que apontemos a alternativa errada.

a) Com a canção popular, hoje, costuma ocorrer frequentemente fatos diversos
. Errado, "costuma ocorrer" é uma locução verbal que tem como sujeito "fatos" (O que costuma ocorrer?), devendo seu verbo auxiliar com ele concordar. O correto seria "... costumam ocorrer frequentemente fatos diversos."

b) Com a canção popular, hoje, costumam ocorrer fatos e consequências diversos. Certo. A locução verbal "costumam ocorrer" concorda corretamente com seu sujeito composto "fatos e consequências".

c) Com a canção popular, hoje, costumam ocorrer consequências de fatos diversos. Certo, "costumam ocorrer" tem como sujeito "consequências", com ele concordando.

d) Com a canção popular, hoje, costuma ocorrer um fato e uma consequência diversos. Certo, "costuma ocorrer" tem como sujeito "um fato" (O que costuma ocorrer? um fato!), com ele concordando.

Gabarito: letra a

Questão 8

(Analista de Projetos: Área Ciências Econômicas/Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul - BRDES) A alternativa que apresenta uma transformação correta da frase "Mas pelo menos a metade das ocupações que requerem diploma superior exige conhecimentos específicos limitados" é

a) Mas exigiu-se conhecimentos específicos limitados em pelo menos a metade das ocupações que requerem diploma superior.

b) Mas pelo menos a metade das profissões tem como requisito diploma superior, exigindo conhecimentos específicos limitados.

c) Mas são limitados os conhecimentos específicos que se exige em pelo menos a metade das profissões que tem como requisito o diploma superior.

d) Mas, pelo menos na metade das profissões em que se requer diploma superior, é limitado os conhecimentos específicos exigidos.

e) Mas, em pelo menos a metade das profissões que requerem diploma superior, exigem-se conhecimentos específicos limitados.

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Comentários:

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html

Busquemos então a opção correta.

a) Mas exigiu-se conhecimentos específicos limitados em pelo menos a metade das ocupações que requerem diploma superior
. Errado. O verbo exigir é VTDI, sendo o pronome "se" por este motivo partícula apassivadora. Como sabemos, em uma voz passiva pronominal o objeto direto se transforma em sujeito paciente, devendo o verbo "exigir" com ele concordar. O correto seria "Mas exigiram-se conhecimentos..."

b) Mas pelo menos a metade das profissões tem como requisito diploma superior, exigindo conhecimentos específicos limitados. Errado. O problema dessa frase está na semântica (sentido). A frase original não diz que metade das profissões tem como requisito diploma superior, ela diz que metade das profissões QUE requerem diploma superior exigem conhecimentos específicos limitados. O pronome relativo "que" introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva, ou seja, restringe o requisito de diploma para somente algumas profissões, não todas, como quer passar esta opção.

c) Mas são limitados os conhecimentos específicos que se exige em pelo menos a metade das profissões que tem como requisito o diploma superior. Errado. O sujeito do verbo "exigir" é "conhecimentos específicos", devendo com ele concordar. O correto seria: "... conhecimentos específicos que se exigem em pelo menos ..."

d) Mas, pelo menos na metade das profissões em que se requer diploma superior, é limitado os conhecimentos específicos exigidos. Errado, "limitado" é predicativo do sujeito "conhecimentos específicos", devendo com ele concordar. O verbo "ser", neste caso, deve concordar também com o sujeito. O correto seria "... são limitados os conhecimentos específicos ..."

e) Mas, em pelo menos a metade das profissões que requerem diploma superior, exigem-se conhecimentos específicos limitados. Correto. O pronome "se" junto a um VTD funciona como partícula apassivadora, sendo o objeto direto do verbo o sujeito paciente. Sendo assim, o verbo "exigir" concorda corretamente com seu sujeito que está no plural, "conhecimentos específicos."

Gabarito: letra e

Questão 7

(Agente Fiscal de Rendas/Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda do Estado de São Paulo/VUNESP) A concordância de nomes e verbos está de acordo com a norma culta na alternativa:

a) Na discussão do assunto, lançam-se mão de dois recursos, com base em dados socioeconômicos.

b) Tratam-se, talvez, das referências mais citadas para defender valores mais expressivos para os salários-familiares.

c) Os fatos que houveram causaram espanto, por ter diso os carros-bombas lançados contra um grupo de crianças inocentes.

d) Era necessário experiência aos bombeiros para que pudessem enfrentar e resolverem os problemas.

e) Cremos que esses são os livros que se inscrevem entre os pesos pesados do panorama literário íbero-americano.

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Comentários:

Para teoria, visite: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-para-concursos.html


a) Na discussão do assunto, lançam-se mão de dois recursos, com base em dados socioeconômicos. Errado. O quê é lançado? Mão. Sendo este o sujeito, o verbo deve com ele concordar. "... lança-se mão de dois recursos..."

b) Tratam-se, talvez, das referências mais citadas para defender valores mais expressivos para os salários-familiares. Errado. O verbo tratar é transitivo indireto, sendo o "se", portanto, índice de indeterminação. Sendo assim, deverá o verbo permanecer na terceira pessoa do singular. "Trata-se..." Com relação ao "salários-familiares", está correto. Em substantivos compostos, formados por 2 substantivos, via de regra ambos variam.

c) Os fatos que houveram causaram espanto, por ter sido os carros-bombas lançados contra um grupo de crianças inocentes. Errado. Haver está no sentido de existir, devendo permanecer na terceira pessoa do singular por não ter um sujeito com quem concordar. Também está errada a concordância do verbo "ter". Quem tinha sido lançado? Os carros-bombas (subst + subst - ambos ficam no plural, correto). Portanto "carros-bombas" é o sujeito do verbo "ter", devendo este com aquele concordar. "... terem sido os carros-bombas..."

d) Era necessário experiência aos bombeiros para que pudessem enfrentar e resolverem os problemas. Errado. A primeira parte "... era necessário experiência ..." está correta, pois experiência não possui um artigo "a" que a define como palavra feminina sintáticamente. Já na segunda parte "pudessem enfrentar e resolverem", "pudessem", que é o verbo auxiliar da locução adverbial está subentendido (zeugma) antes de "resolverem", portanto este deverá se manter na terceira pessoa do singular, como verbo principal que é. "para que pudessem enfrentar e resolver"

e) Cremos que esses são os livros que se inscrevem entre os pesos pesados do panorama literário íbero-americano. Certo. O que se inscrevem? Os livros. Verbo concordando com o seu sujeito. "íbero-americano" é um adjetivo composto formado por duas palavras que são morfologicamente adjetivos, sendo assim, o segundo adjetivo deve concordar com o substantivo a que se refere, "panorama", o que de fato acontece.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Questão 5

Fala pessoal,

Estou preparando um material sobre concordância nominal, no entanto, - assim como tudo neste blog - quero explicar da maneira mais didática, aprofundada e embasada possível, o que me tomará certo tempo que não possuo hoje. Creio que amanhã esteja pronto.

Por ora, fique com mais um exercício embasado em teorias já vistas.

(Assessor Técnico Parlamentar/Câmara Municipal do Rio de Janeiro/COPPE-UFRJ) As formas verbais em itálico constantes de "gente que conhecia havia milhares de anos o pedaço" e "Naquele momento, havia dois modos de olhar as coisas" podem ser substituídas, respectivamente, por:

a) faziam e existiam;

b) fazia e existia;

c) haviam e existia;

d) fazia e existiam;

e) haviam e existiam.

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Comentários:

Teorias necessárias à resolução do exercício:

- Verbo haver como verbo impessoal: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-haver-como-verbo-impessoal.html

- Verbo fazer como verbo impessoal: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-fazer-como-verbo-impessoal.html


a) faziam e existiam; Errado e Certo. Fazer no sentido de tempo decorrido é impessoal e deve permanecer na terceira pessoa do singular; Já existir não é impessoal, devendo concordar com o sujeito a que se refere, cujo núcleo é "modos".

b) fazia e existia; Certo e Errado. Fazer no sentido de tempo decorrido é impessoal e deve permanecer na terceira pessoa do singular; Já existir não é impessoal, devendo concordar com o sujeito a que se refere, cujo núcleo é "modos".

c) haviam e existia; Errado e Errado. Haver no sentido de tempo decorrido também é impessoal, devendo permanecer na terceira pessoa do singular; Como existir não é impessoal, deve concordar com o núcleo do seu sujeito "modos".

d) fazia e existiam; Certo e Certo. Fazer no sentido de tempo decorrido é impessoal e deve permanecer na terceira pessoa do singular; Já existir não é impessoal, devendo concordar com o sujeito a que se refere, cujo núcleo é "modos".

e) haviam e existiam. Errado e Certo. Haver no sentido de tempo decorrido também é impessoal, devendo permanecer na terceira pessoa do singular; Como existir não é impessoal, deve concordar com o núcleo do seu sujeito "modos".

Gabarito: letra d.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Questão 4

(Auxiliar Judiciário/Conselho da Justiça Federal/ESAF) A frase onde há erro de concordância verbal é:

a) Houveram muitos turistas atravessando a ponte.

b) Faz vinte minutos que esse carro espera para ser liberado.

c) Deve haver poucas declarações para serem examinadas.

d) São oito horas de trabalho.

e) Existem pessoas tentando burlar a fiscalização.

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Comentários:

Para resolver esta questão são necessárias duas teorias:

- Verbo haver como verbo impessoal: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-haver-como-verbo-impessoal.html

- Verbo fazer como verbo impessoal: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-fazer-como-verbo-impessoal.html


a) Houveram muitos turistas atravessando a ponte. Errado. Conforme aprendemos, o verbo "haver" no sentido de existir é um verbo impessoal, não possui sujeito e portanto não se flexionará. O verbo "haver" deste exercício está concordando com o núcleo de seu objeto direto (turistas), o que é inadimissível.

b) Faz vinte minutos que esse carro espera para ser liberado. Correto. O verbo "fazer" no sentido de tempo transcorrido é impessoal, devendo permanecer na terceira pessoa do singular, como se apresenta.

c) Deve haver poucas declarações para serem examinadas. Correto. A locução verbal "deve haver" possui como verbo principal o verbo "haver" no sentido de existir, o qual é impessoal, devendo o verbo auxiliar "dever" permanecer na terceira pessoa do singular, conforme está.

d) São oito horas de trabalho. Correto. Em breve explicarei as diferentes concordâncias do verbo ser, por ora, em expressões indicativas de dias, tempo, distância, o verbo "ser" concorda com o numeral.

e) Existem pessoas tentando burlar a fiscalização. Correto. O verbo "existir" não é um verbo impessoal (apesar de o verbo "haver" no sentido de existir o ser), devendo concordar com seu sujeito (pessoas), conforme está.

Gabarito: letra a


Comentários, sugestões e dúvidas são bem vindas.

Somente assim chegaremos a algum lugar!

Abraços!

Teoria: Fazer como verbo impessoal

Tudo bem pessoal?

Esta teoria segue a mesma linha do verbo Haver no sentido de tempo transcorrido.

Para quem não leu sobre o verbo Haver, não perca a oportunidade, inúmeras questões reiteradamente exigem o conhecimento das particularidades desse verbo, assim como do ora estudado.

Segue o link para a teoria do verbo Haver: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-haver-como-verbo-impessoal.html

Vamos lá então, começaremos com um exemplo:

"Faz dias que não chove."

A quem podemos imputar o fato verbal?

Em "Maria come muito" podemos dizer que o sujeito da ação vebal é Maria, mas e no exemplo superior? A resposta é: A ninguém. (E não venha falar que o sujeito é São Pedro.)

Portanto, o verbo Fazer indicando tempo transcorrido é um verbo impessoal, sem sujeito, devendo - portanto - permanecer na terceira pessoa do singular, pois somente se flexionam verbos que possuem sujeito.

Da mesma forma o verbo Fazer indicando fenômeno natural, como em: "Aqui em Goiânia faz 32°."

Para entender um pouco mais sobre verbos impessoais dê uma lida em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/vimpessoais.shtml

Mais exemplos do verbo fazer com sentido de tempo transcorrido ou fenômeno natural (extraídos do link acima):

- "O Colégio Maxi existe faz quatorze anos."

- "Ontem fez dez anos que ele morreu."

- "Faz noites friíssimas nas serras gaúchas."

Um abraço a todos!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Questão 2


(Operador de Computador/IPLAN/Fundação Jõao Goulart) "Com a canção popular, hoje, costuma ocorrer fato diverso."


Promovem-se alterações nos verbos e em alguns termos da frase acima. A que encerra violação de norma gramatical é:

a) Com a canção popular, hoje, costuma haver fatos diversos.

b) Com a canção popular, hoje, podem haver fatos diversos.

c) Com a canção popular, hão de ocorrer fatos diversos.

d) Com a canção popular, hoje, há de haver fatos diversos.

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Comentários:

Ao batermos o olho na questão, notamos uma grande quantidade de verbos "haver", ou seja, estão querendo saber se conhecemos as particularidades deste verbo.

Você encontra a teoria necessária à resolução deste exercício em: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/teoria-haver-como-verbo-impessoal.html

O comando da questão está pedindo para que achemos a opção errada, vamos lá:

a) Com a canção popular, hoje, costuma haver fatos diversos. Concordância correta. Como o haver desta oração tem sentido de existir, ele é impessoal e enseja o uso da terceira pessoa do singular. Temos então que na locução verbal "costuma haver", o verbo auxiliar (costuma) e o principal (haver) devem estar na 3ª pessoa do singular, o que pudemos comprovar.

b) Com a canção popular, hoje, podem haver fatos diversos.
Concordância errada. O haver desta oração tem também sentido de existir. Na locução verbal "podem haver", o auxiliar podem deve se subordinar ao principal haver e ficar na 3ª pessoa do singular, fato que não ocorre.

c) Com a canção popular, hão de ocorrer fatos diversos. Concordância correta. Na locução verbal "hão de ocorrer", o verbo haver é um mero auxiliar, devendo se flexionar como o verbo ocorrer se flexionaria se não existisse a locução, o que de fato ocorre.

d) Com a canção popular, hoje, há de haver fatos diversos. Concordância correta. Na locução verbal "há de haver" temos dois verbos haver, um como auxiliar e outro como principal. Como o principal, fora de uma locução verbal não se flexionaria (por ser impessoal no sentido de existir), seu auxiliar deve permanecer na 3ª pessoa do singular. Efetivamente é o que ocorre.


Gabarito: letra b

Teoria: Haver como verbo impessoal

Tudo bem, pessoal?

Para a próxima questão necessitaremos entender o uso do verbo haver em duas situações especiais. De suas 26 possibilidades de uso que registra o dicionário Houaiss duas são de especial importância e, diga-se de passagem, não caem em concursos, DESPENCAM!

As supramencionadas possibilidades são: o verbo HAVER no sentindo de existir e no sentido de tempo transcorrido.

Tais verbos, ainda segundo o Houaiss, são verbos impessoais e possuem a transitividade direta (VTD), ou seja, não regem preposição para se ligar ao seu objeto (objeto direto).

Ser impessoal quer dizer que ninguém é responsável pela ação de existir ou do tempo ter transcorrido, não existe um sujeito a quem podemos imputá-las. Por este motivo, o verbo haver em tais situações ficará sempre na 3ª pessoa do singular, que é a nossa pessoa genérica, usada - entre outros casos - em indeterminações.

Vamos a exemplos:

Verbo haver no sentido de existir.

1 - Não mudaremos o país se não houver transformações profundas na Educação Básica.

Este haver está no sentido de existir, "se não existirem transformações..."

Poderíamos ficar tentados a flexionar o verbo haver de acordo com transformações, o que seria um erro, pois este é seu objeto direto, e não seu sujeito. Lembrando que sujeito é o elemento que se subordina (se sujeita, daí o nome) ao fato verbal, dando-lhe as flexões de número e de pessoa.

Então se não há sujeito na oração, não há que se falar em flexionar o verbo haver.

Não sei se perceberam, mas quando substituí o verbo haver pelo existir, eu o flexionei de acordo com transformações. Alguém sabe o porquê?

O verbo existir é um verbo intransitivo, ou seja, são verbos que possuem sentido completo, não necessitando de um objeto para complementar seu sentido. A simples oração "Existo." já passa uma informação completa.

Na frase "Não mudaremos o país se não existirem transformações profundas na Educação Básica.", transformações profundas não mais é objeto direto, agora passou a ser sujeito posposto ao verbo, devendo este (verbo) com aquele (sujeito) concordar. As transformações profundas estão sofrendo a ação de existir. E no haver? Neste transformações profundas é seu objeto direto, seu complemento verbal, necessário ao entendimento da mensagem passada pelo verbo haver, que sozinho não passa mensagem alguma.


Um "pega" bastante comum em provas, é usar locuções verbais (mais de um termo que funcionam como um verbo) com a palavra haver atuando como verbo principal ou verbo auxiliar.

Só para relembrar, em uma locução verbal, o verbo principal é aquele que traz a carga de sentido, sendo seu auxilar um.. auxiliar! É seu auxiliar que fará o trabalho sujo, devendo se flexionar em tempo, modo.. e com o sujeito - se houver um.

Exemplos:

1 - Deve haver mais livros nesta casa.

Deve: Verbo auxiliar, flexiona-se em tempo e modo mas não com o sujeito, pois não há um. (haver, seu verbo principal, está no sentido de existir, sendo impessoal.)

Haver: Verbo principal, não se flexiona de maneira alguma, pois é o verbo principal. Ademais, ele leva seu auxiliar à 3ª pessoa do singular por ser um verbo impessoal no sentido de existir.

1 - Haverão de existir mais livros nesta casa.

Haverão: Agora como verbo auxiliar, flexiona-se em tempo, modo e com o sujeito do verbo existir, que é "mais livros".

Existir: Verbo principal, não se flexiona mas manda seu auxiliar se flexionar para ele em tempo, modo e com seu sujeito "mais livros".

Perceberam a diferença? Quando o haver trabalha como principal ele não concorda com ninguém e manda seu auxiliar também não concordar. No entanto, quando este é um mero auxiliar, faz o que seu verbo principal manda.


Verbo haver no sentido de tempo transcorrido.

2 - "Há dois anos que não o vejo"

O verbo haver no sentido de tempo transcorrido é impessoal e possui transitividade direta, assim como no sentido de existir. Pelos mesmos motivos deve permanecer sempre na 3ª pessoa do singular.

Não dá para fazer muitos "pegas" com este caso, uma vez que percebamos se tratar de verbo haver no sentido de tempo transcorrido, terceira pessoa do singular nele!

Em breve exercícios sobre este assunto!

domingo, 5 de julho de 2009

Questão 1



(Agente Policial/Academia de Polícia-SP/Secretaria de Segurança Pública-SP) Aponte a alternativa correta.


a) Aluga-se casas.

b) Vendem-se apartamentos.

c) Precisa-se pedreiros.

d) Precisam-se de pedreiros.

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Comentários:

- Esta questão está querendo testar se sabemos a diferença do pronome "se" como índice de indeterminação do sujeito ou como partícula apassivadora. Assunto explicado em: http://portuguesdeverdade.blogspot.com/2009/07/pronome-se-como-indice-de.html

Pois bem,

a) Aluga-se casas. Errado. Quem aluga, aluga algo. O verbo "alugar" é, portanto, transitivo direto. Como aprendemos, o pronome "se" junto a um VTD é um pronome apassivador. Sendo assim, o verbo deve concordar com o sujeito "casas", indo para o plural. O correto seria: Alugam-se casas.

b) Vendem-se apartamentos. Certo. Quem vende, vende algo. A mesma explicação da letra "a" se aplica neste caso. O verbo vender está corretamente no plural, concordando com o sujeito paciente apartamentos.

c) Precisa-se pedreiros. Errado. O verbo precisar no sentido de necessitar pode ser utilizado tanto de forma transitiva direta (não usual) quanto de forma transitiva indireta, não alterando o sentido. Neste caso está sendo utilizado como VTD, sendo o pronome "se" partícula apassivadora. O verbo deveria, então, concordar com o sujeito pedreiros, o que não acontece. O correto seria: Precisam-se pedreiros.

d) Precisam-se de pedreiros. Errado. Agora sim o verbo precisar está sendo usado na forma mais usual, com sua transitividade indireta através do pronome de. No entanto, como aprendemos, o pronome "se" junto a VTI e VTDI é uma partícula apassivadora, o que leva o verbo à 3ª pessoa do singular. O correto seria: Precisa-se de pedreiros.


Gabarito: letra b

Teoria: Partícula Apassivadora e Índice de Indeterminação do Sujeito



Pronome "SE" como Partícula Apassivadora ou
Índice de Indeterminação do Sujeito:
O pronome "SE", atrelado a um verbo pode ser usado em dois sentidos:
Partícula Apassivadora (O verbo deve concordar com o sujeito paciente)
Utilizada quando se quer construir uma oração na voz passiva sintética (formada por verbo transitivo direto, pronome "se" e sujeito paciente).

Portanto, só ocorre com verbos que possuam transitividade direta (VTD). Isso vale para os VTDI's, ou seja, verbos que são ao mesmo tempo transitivos direto e indireto.

Como se pode notar, para que uma oração seja transformada em voz passiva, é obrigatório que o verbo possua a transitividade direta. Mas por quê?

Simples! Pois o nosso objeto direto da voz ativa se transformará no nosso sujeito paciente da voz passiva:

- Voz ativa:

"O STF julgou o caso."


O SFT: Sujeito
julgou: VTD
o caso: Objeto Direto

- Voz passiva analítica:

"O caso foi julgado pelo STF."

O caso: Sujeito paciente
foi julgado: Locução verbal
pelo SFT: Agente da passiva

- Voz passiva sintética:

"Julgou-se o caso"

Julgou: VTD
se: Partícula Apassivadora
o caso: Sujeito paciente

Como o verbo descreve uma ação sofrida pelo sujeito paciente, com este deve concordar.

A voz passiva sintética é parecida com a voz ativa, no entanto a partícula apassivadora a coloca na passiva.

Mas e então, por que o verbo não pode ser transitivo indireto??

Isso se deve ao fato de não existir sujeito preposicionado (se lembra do motivo de o verbo ser chamado de transitivo indireto? A preposição que ele rege?). Pois bem, se transformarmos uma oração com VTI em passiva analítica, teremos um objeto indireto sendo transformado em sujeito paciente, mas como sujeito não pode ser preposicionado, a oração estaria incorreta.

A grande dificuldade reside no fato da oração em voz analítica sintética se parecer com a voz ativa, o que pode nos levar a não saber se o pronome "se" é partícula apassivadora ou não. Mas agora sabemos: Pronome "se" junto a um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto é partícula apassivadora.

Se quiser ainda, procure perceber se existe uma ideia passiva na oração, exemplo:

(FCC / TCE SP / Dezembro 2005)
Analise a afirmação:

(E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima.

Existe a ideia passiva de que as fogueiras são vistas e os gritos são ouvidos, sendo, de fato, orações na voz passiva sintética.


Índice de indeterminação: (O verbo ficará na 3ª pessoa do singular)
Como se depreende do acima exposto, se o verbo for transitivo indireto e estiver acompanhado do pronome "se", tal pronome será um índice de indeterminação do sujeito.

Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer
dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentido
genérico, vago.
Como o sujeito é indeterminado, o verbo não pode concordar com ninguém, devendo sempre permanecer na
3ª pessoa do singular.

Exemplo:

"Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças"

Necessitava: VTI (Conjugado na 3ª pessoa do singular)
se: índice de indeterminação do sujeito
naqueles dias: adjunto adverbial temporal
de novas esperanças: objeto indireto


É isso. Agora que temos a teoria, postarei questões relativas ao tema.

Um abraço!