domingo, 5 de julho de 2009

Teoria: Partícula Apassivadora e Índice de Indeterminação do Sujeito



Pronome "SE" como Partícula Apassivadora ou
Índice de Indeterminação do Sujeito:
O pronome "SE", atrelado a um verbo pode ser usado em dois sentidos:
Partícula Apassivadora (O verbo deve concordar com o sujeito paciente)
Utilizada quando se quer construir uma oração na voz passiva sintética (formada por verbo transitivo direto, pronome "se" e sujeito paciente).

Portanto, só ocorre com verbos que possuam transitividade direta (VTD). Isso vale para os VTDI's, ou seja, verbos que são ao mesmo tempo transitivos direto e indireto.

Como se pode notar, para que uma oração seja transformada em voz passiva, é obrigatório que o verbo possua a transitividade direta. Mas por quê?

Simples! Pois o nosso objeto direto da voz ativa se transformará no nosso sujeito paciente da voz passiva:

- Voz ativa:

"O STF julgou o caso."


O SFT: Sujeito
julgou: VTD
o caso: Objeto Direto

- Voz passiva analítica:

"O caso foi julgado pelo STF."

O caso: Sujeito paciente
foi julgado: Locução verbal
pelo SFT: Agente da passiva

- Voz passiva sintética:

"Julgou-se o caso"

Julgou: VTD
se: Partícula Apassivadora
o caso: Sujeito paciente

Como o verbo descreve uma ação sofrida pelo sujeito paciente, com este deve concordar.

A voz passiva sintética é parecida com a voz ativa, no entanto a partícula apassivadora a coloca na passiva.

Mas e então, por que o verbo não pode ser transitivo indireto??

Isso se deve ao fato de não existir sujeito preposicionado (se lembra do motivo de o verbo ser chamado de transitivo indireto? A preposição que ele rege?). Pois bem, se transformarmos uma oração com VTI em passiva analítica, teremos um objeto indireto sendo transformado em sujeito paciente, mas como sujeito não pode ser preposicionado, a oração estaria incorreta.

A grande dificuldade reside no fato da oração em voz analítica sintética se parecer com a voz ativa, o que pode nos levar a não saber se o pronome "se" é partícula apassivadora ou não. Mas agora sabemos: Pronome "se" junto a um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto é partícula apassivadora.

Se quiser ainda, procure perceber se existe uma ideia passiva na oração, exemplo:

(FCC / TCE SP / Dezembro 2005)
Analise a afirmação:

(E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima.

Existe a ideia passiva de que as fogueiras são vistas e os gritos são ouvidos, sendo, de fato, orações na voz passiva sintética.


Índice de indeterminação: (O verbo ficará na 3ª pessoa do singular)
Como se depreende do acima exposto, se o verbo for transitivo indireto e estiver acompanhado do pronome "se", tal pronome será um índice de indeterminação do sujeito.

Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer
dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentido
genérico, vago.
Como o sujeito é indeterminado, o verbo não pode concordar com ninguém, devendo sempre permanecer na
3ª pessoa do singular.

Exemplo:

"Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças"

Necessitava: VTI (Conjugado na 3ª pessoa do singular)
se: índice de indeterminação do sujeito
naqueles dias: adjunto adverbial temporal
de novas esperanças: objeto indireto


É isso. Agora que temos a teoria, postarei questões relativas ao tema.

Um abraço!


2 comentários:

Elienessoares disse...

Olá! Gostei da explicação! Porém, eu tenho uma dúvida: em "Combata a Dengue e torne-se um heroi!", qual o sujeito dessa oração, e quais as possíveis funções do "se" neste período.
Por favor me responda!
Envie a resposta para o meu e-mail.
l.n.liu@hotmail.com
Desde já, agradeço!

Leonardo Bruno disse...

Bom dia. Nas duas orações, o sujeito oculto é você uma vez que os verbos estão no modo imperativo. Em relação ao se, parece-me partícula integrante do verbo já que o verbo é pronominal.